Câmara Hiperbárica: Nova Abordagem nas Autoimunes. A câmara hiperbárica é um equipamento médico onde o doente respira oxigénio puro a uma pressão superior à do ambiente. Este processo, conhecido como Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB), permite um aumento significativo da oxigenação dos tecidos.
Atualmente, esta terapêutica é já utilizada no tratamento de feridas crónicas, infeções graves e lesões por radiação. No entanto, novas investigações têm vindo a explorar o seu potencial em outras áreas da saúde, nomeadamente nas doenças autoimunes.
Como a oxigenoterapia hiperbárica pode ajudar no controlo da autoimunidade?
As doenças autoimunes surgem quando o sistema imunitário, por erro, ataca os próprios tecidos do corpo. Consequentemente, gera-se inflamação crónica, dor e destruição progressiva de órgãos e articulações.
Nesse sentido, estudos recentes mostram que a oxigenoterapia hiperbárica pode contribuir para o controlo da autoimunidade ao:
Reduzir a inflamação, através da inibição de citocinas pró-inflamatórias como o TNF-α e a IL-1β;
Estimular a produção de citocinas anti-inflamatórias, como a IL-10;
Regular a resposta imunitária, promovendo o equilíbrio entre células T inflamatórias e reguladoras;
Acelerar a cicatrização dos tecidos danificados pela inflamação crónica.
Deste modo, estes efeitos tornam a câmara hiperbárica uma opção terapêutica complementar de grande potencial, sobretudo em situações em que os tratamentos convencionais não são totalmente eficazes.
Evidência científica: o que mostram os estudos?
Apesar de ainda serem necessárias mais investigações clínicas, alguns estudos e relatos de casos já apontam para benefícios relevantes em diferentes patologias autoimunes:
Esclerose múltipla:
Pacientes submetidos a sessões de OHB apresentaram melhoria na fadiga, equilíbrio e função motora. Além disso, alguns estudos sugerem uma possível estabilização da progressão da doença.
Doença de Crohn:
Casos clínicos demonstraram alívio da dor, melhoria da função intestinal e diminuição da inflamação após tratamento com OHB. Portanto, a câmara hiperbárica pode representar um apoio importante na gestão desta condição.
Artrite reumatoide:
Em modelos animais, observou-se uma redução significativa da destruição articular, com menor necessidade de analgésicos. Isto indica que a OHB poderá ter um papel protetor nas articulações afetadas.
Câmara Hiperbárica: Nova Abordagem nas Autoimunes: Conclusão
A câmara hiperbárica pode vir a ser uma ferramenta valiosa no tratamento de doenças autoimunes. Ao reduzir a inflamação e modular o sistema imunitário, oferece uma abordagem complementar às terapias convencionais, com potencial para melhorar a qualidade de vida dos doentes.
Contudo, apesar dos resultados promissores, a oxigenoterapia hiperbárica ainda necessita de mais estudos clínicos de larga escala para que possa ser integrada de forma definitiva nos protocolos médicos nesta área.
