A oxigenoterapia hiperbárica está associada ao tratamento de artroses?

O QUE É?

Uma artrose é uma lesão, ou uma série de lesões, que está relacionada com o uso repetitivo do sistema locomotor, mais precisamente de uma articulação. O uso repetido vai fazer com que haja um desgaste excessivo da cartilagem onde esta começa, pois, a “desaparecer”, ficando o osso em contato com osso. É considerada uma doença inflamatória crónica, com vários graus de gravidade, começando no 1 e terminando no 4, sendo este último o pior e que causa mais sintomatologia. Está estimado que cerca de 10% da população mundial sofre de algum tipo de artrose e que esta pode aparecer em qualquer idade, apesar de ser mais frequente na população a partir dos 40 anos de idade.

SINTOMAS

As articulações mais afetadas são a coluna, anca, joelhos e dedos. A sintomatologia varia consoante a severidade do desgaste contudo, de uma forma geral passa por:

• Dor aguda localizada (que piora quando fica sobre carga);
• Rigidez articular;
• Sensação de click;
• Calor na área;
• Edema/inchaço;

O tipo de tratamentos dependem sempre gravidade dos sintomas, e das co-morbilidades. Contudo, só após uma avaliação por um profissional de saúde é que serão definidos, em conjunto, os tratamentos mais adequados, que podem passar por algo mais convencional (massagem, calor, TENS, ultra som, etc.) e por algo mais atual, como a câmara hiperbárica.

Oxigenoterapia Hiperbárica associada no tratamento

A oxigenoterapia hiperbárica realiza-se através da inalação de oxigénio a 100% numa pressão ambiente superior à pressão atmosférica. Para criar estas condições são utilizadas câmaras hiperbáricas seladas. Nestas condições, a pressão arterial aumenta e, por consequência, há um aumento da quantidade de oxigénio dissolvido no plasma e um aumento do transporte de oxigénio para os tecidos assim como a sua redistribuição, tendo efeitos nos tecidos que estão sujeitos a hipóxia (falta de oxigénio).

Ao criar diferentes efeitos fisiológicos no corpo, a oxigenoterapia hiperbárica vai ajudar muito os pacientes que sofrem com degeneração articular. Esta vai diminuir o grau de degradação da cartilagem ao potenciar a sintetização e maturação das fibras de colagéneo, estabilizando a sua estrutura. Contudo, foi já também comprovado em estudos que a oxigenoterapia hiperbárica diminui a morto celular, algo que está associado à deterioração da cartilagem. Tudo isto associado ao efeito imunomodulador que envolve a minimização do auto-ataque do corpo sobre as suas células.

O risco de efeitos adversos é “minor”, sendo que o mais frequente será o barotrauma (perfuração da membrana do tímpano), pelo que é feito o ensino de manobras de despressurização antes de iniciar as sessões. São pois recomendadas 10 sessões, diárias, 5 dias por semana, com duração mínima de 60 minutos.

A Oxigenoterapia Hiperbárica é um procedimento seguro, com poucos efeitos secundários. É, sem dúvida, um dos melhores tratamentos para este tipo de patologia, respondendo assim à questão de que sim, a oxigenoterapia hiperbárica está associada ao tratamento de artroses.